A redução de perdas reais com rompimento de tubulação, diminui os custos de produção, resulta em menor consumo de energia, de produtos químicos e de outros insumos.

Isso permite utilizar as instalações existentes para ampliar a oferta, sem necessidade de expansão do sistema produtor.

Municípios de todo o Brasil deverão cumprir metas de perda de água na distribuição aos consumidores para terem acesso a repasses federais e a financiamentos com recursos da União ou geridos por órgãos da Administração Pública. A medida é decorrente da aprovação, em 2020, do Marco Legal do Saneamento Básico.

“O Brasil tem índices elevados de perda de água na sua distribuição e essa portaria foi editada justamente para darmos resposta a esse problema. Estamos estabelecendo metas que serão decisivas para aumentarmos a oferta de água, tanto para o consumo da população quanto para a continuidade de atividades produtivas em todo o País”, destaca o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.

A comprovação do cumprimento do índice de perda de água será feita com base em dois indicadores do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). O primeiro é o índice de perdas na distribuição, medido em percentual. Esse é um indicador que relaciona o volume de água perdida na distribuição em relação à água produzida.

O segundo é o índice de perdas por ligação, que avalia as perdas de água considerando o número de ligações de água. Ele dá melhores condições para a mediação da eficiência operacional dos prestadores de serviço, uma vez que grande parte das perdas ocorre nos ramais de distribuição.

Para atenderem aos critérios, os municípios devem ter índices de perda menores ou iguais ao índice médio nacional da última atualização da base de dados do SNIS. Em 2021 e 2022, por exemplo, a perda pode chegar a até 100% da média nacional. O percentual vai diminuindo gradativamente a cada dois anos, alcançando 65% em 2034.

No caso das perdas na distribuição, a média nacional no último SNIS foi de 39,3%. Então, em 2021 e 2022, como o percentual pode chegar a 100% dessa média, os municípios podem registrar perda de até 39,3%.

Já em 2034, a perda pode chegar a no máximo 65%. Se, por exemplo, a média nacional fossem os mesmos 39,3%, a perda na distribuição poderia ser de até 25,5% (o que corresponde a 65% de 39,3%).

Caso o município não atenda aos requisitos, os tomadores devem incluir nas solicitações de recurso ou nas propostas de financiamento medidas para a redução de perdas. Nesse contexto, estão inseridas ações como setorização e zonas de medição e controle; macromedição e pitometria no sistema distribuidor; micromedição; e implantação, ampliação ou melhoria do controle operacional.


Marco Legal

O Marco Legal do Saneamento Básico foi aprovado em 15 de julho de 2020 e tem como objetivo principal estruturar um ambiente de segurança jurídica, competitividade e sustentabilidade a fim de atrair novos investimentos para universalizar e qualificar a prestação dos serviços no setor. A meta do Governo Federal é alcançar a universalização até 2033, garantindo que 99% da população brasileira tenha acesso à água potável e 90% à coleta e ao tratamento de esgoto.

A água perdida no Brasil durante a distribuição em 2022 daria conta de abastecer o Rio Grande do Sul por cinco anos. O dado foi divulgado pelo Instituto Trata Brasil em pesquisa com informações do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento)

Segundo a ABES ( Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental ) volta ao tema "Perdas em Sistemas de Abastecimento de Água", reconhecendo a importância e o significado que o mesmo tem na gestão operacional e na sustentabilidade das operadoras dos serviços de água no Brasil.

O momento também é mais do que oportuno para reavivar as discussões: os fenômenos climáticos que levaram importantes partes do Brasil a sofrer severa estiagem, ainda em curso, recomendam reflexões e troca de experiências entre os atores gerenciais e técnicos do setor, tanto públicos quanto privados, na busca de soluções sustentáveis para a gestão contínua dos operadores em favor da eficiência empresarial, em que uma das variáveis mais importantes é a redução e controle das perdas nos sistemas de água.

Há muito que avançar ainda para a obtenção de índices de perdas que possam ser considerados razoáveis.

Fonte : https://abes-dn.org.br/pdf/28Cbesa/Perdas_Abes.pdf

As pressões e as vazões são grandezas que variam com grande frequência no sistema de abastecimento de água, o mapeamento e monitoramento de pressões com telemetria envolve a utilização de tecnologia para medir, registrar e analisar pressões em diferentes zonas de uma rede. Essa técnica permite uma gestão avançada de redes, possibilitando um controle eficiente de grandezas de engenharia, como pressão e vazão. Por meio de dispositivos telemétricos, é possível realizar monitoramento em tempo real, oferecendo flexibilidade e alta performance na gestão dos processos, além da criação de um banco de dados para possíveis modelagens em relação às pressões e aos vazamentos.

Custos de implantações acessíveis , pois não precisamos instalação poste de energia nos pontos de pressao e vazão.

Tecnologia permite monitorar pressão nas redes e adutoras de água.

Implementar um Sistema de Monitoramento de Pressão envolve várias etapas, desde o planejamento até a operação do sistema. Aqui estão os passos fundamentais:

1) Levantamento e o Mapeamento dos Setores da Rede de Distribuição , levando em conta as seguintes características:
• setor com grande incidência de ordens de serviços relativos a reparo de vazamentos;
• pressões altas (mapear setores por faixa de pressão: até 30 mca, até 50 e acima de 50 mca);
• redes antigas (mapear rede pela idade, nas faixas: até 10 anos, 11 a 20, 21 a 30 e acima de 30 anos);
• quantidade de vazamentos visíveis ou não visíveis por extensão de rede que foram reparados em um ano;
• quantidade de vazamentos visíveis ou não visíveis no ramal predial que foram reparados em um ano.

2) Setorização do setor com Macro Medição com instalação de hidrometros saida pulsada e dispositivo de telemetria, para compatibilizar o volume de água que está entrando no setor. Assim, a partir do conhecimento corretamente quantificado das perdas nos setores, pode estabelecer uma metodologia para otimizar o processo de decisão no combate a essas perdas, podendo-se priorizar o investimento de recursos justamente nas áreas mais críticas.

3) Criaçao de um Mapa Hidraulico da rede , usando ferramenta EPANET.
Mapeando a rede hidraulica e identificando regiões da rede que apresentam pressões baixas ou elevadas.

4) Instalar Pontos Coleta de Pressão (dispositivo de telemetria e sensor pressão)
Configurar os dispositivos de coleta de dados e a plataforma de telemetria. Integrar os sensores ao sistema de monitoramento, garantindo que eles estejam comunicando corretamente.

5) Testes do Sistema
Realizar testes para verificar a precisão e a confiabilidade do sistema. Ajustar a calibração dos sensores, se necessário.

6) Treinamento da Equipe
Treinar a equipe que irá operar e monitorar o sistema sobre como usar a interface e interpretar os dados. Definir alertas e notificações em caso de variações anômalas de pressão.

7) Análise de Dados
Coletar e analisar dados ao longo do tempo para identificar tendências, anomalias e oportunidades de melhorias.

8) Plano de Trabalho para Alertas e Alarmes
. Definição plano de trabalho para resolução do vazamento e quem serão responsáveis a serem avisados.

9) Operação e Manutenção
Iniciar a operação do sistema e monitorar regularmente os dados. Realizar manutenções periódicas nos sensores e equipamentos para garantir a precisão contínua.

10) Ajustes e Melhorias
Com base na análise dos dados, otimizar o sistema e realizar ajustes conforme necessário. Implementar um sistema de monitoramento de pressão pode proporcionar maior controle sobre as operações e permitir uma resposta mais rápida a problemas potenciais, melhorando a eficiência e segurança da infraestrutura monitorada.

Esta metodologia de implantação do sistema para otimizar o processo de decisão no combate a essas perdas, mais o uso e evolução continua da ferramenta aguaconectada, podendo-se priorizar o investimento de recursos setorização e controle de pressão justamente nas áreas mais críticas.

"Junte-se a nós na construção de uma sociedade mais sustentável, onde o uso intensivo de dados transforma desafios em soluções inovadoras. Vamos juntos moldar um futuro mais verde e inteligente!"